Trinta anos. Esse é o tamanho do atraso educacional do Brasil em relação ao Chile. Segundo o economista Ricardo Paes de Barros, o país consegue, somente agora, sua primeira geração de adultos com cerca de 30 anos de idade e aproximadamente nove anos de estudo. No Chile, isso ocorreu em 1982 (com jovens nascidos em 1952). "Apesar do progresso que vem acontecendo no Brasil, nosso atraso educacional é enorme", afirma Paes de Barros, que é secretário de Ações Estratégicas da Presidência da República.
Especialistas concordam que houve um salto educacional relevante no Brasil, mas os indicadores dessa área ainda deixam a desejar em comparações internacionais. O atraso é explicado em parte pelo descaso com a educação durante décadas, o que contribuiu para a maior desigualdade de renda no país. Embora essa situação tenha mudado nos últimos anos, especialistas alertam para o risco de uma nova reviravolta no processo. "O acesso ao ensino fundamental foi universalizado, mas só 60% dos estudantes concluem essa etapa. Além disso, a qualidade do ensino ainda é ruim. Sem mudanças que ataquem problemas como esses, a educação pode voltar a gerar desigualdade", afirma o economista Fernando Veloso, da FGV.
Folha
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